A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu de 3,96% para 3,98% em 2024. Esses dados estão no Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central (BC), que semanalmente reúne as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a previsão de inflação também aumentou, passando de 3,8% para 3,85%. Para 2026 e 2027, as projeções são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, resultando em um intervalo de 1,5% a 4,5%. As metas para 2025 e 2026 também são de 3%, com a mesma margem de tolerância.
Em maio, a inflação foi de 0,46%, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, após ter registrado 0,38% em abril. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 3,93% em 12 meses.
Inflação
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Devido à alta do dólar e ao aumento das incertezas econômicas, o BC interrompeu a sequência de cortes na Selic iniciada quase um ano atrás, mantendo a taxa nesse patamar após sete reduções consecutivas.
Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic 12 vezes seguidas para combater a alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano. Com a estabilização dos preços, o BC iniciou cortes na taxa.
Antes desse ciclo de alta, a Selic estava no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986, reduzida para 2% ao ano para estimular a economia durante a pandemia de COVID-19. Essa taxa permaneceu de agosto de 2020 a março de 2021.
Mercado financeiro
O mercado financeiro prevê que a Selic permanecerá em 10,5% ao ano até o fim de 2024, caindo para 9,5% ao ano em 2025 e para 9% ao ano em 2026 e 2027.
O aumento da Selic visa conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e incentivando a poupança, o que ajuda a controlar os preços. No entanto, os bancos também consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência e despesas administrativas. Portanto, taxas mais altas podem dificultar a expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando produção e consumo, mas reduzindo o controle sobre a inflação.
PIB e Câmbio
A previsão de crescimento da economia brasileira para 2024 foi ajustada de 2,08% para 2,09%. Para 2025, a expectativa é de crescimento de 2%, mesma previsão para 2026 e 2027.
Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, segundo o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.
A previsão para a cotação do dólar no fim de 2024 é de R$ 5,15, mantendo-se nesse valor até o fim de 2025.
Fonte: Capitalist