Petrobras pretende antecipar operação do Almirante Tamandaré

A Petrobras (PETR3; PETR4) poderá antecipar para este ano a entrada em operação do navio-plataforma Almirante Tamandaré, localizado no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A informação foi divulgada dia 14 pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante um café da manhã com jornalistas. Segundo ela, a expectativa é que a plataforma entre em operação até o final de 2024 ou, no mais tardar, no início de 2025. Originalmente, a unidade estava prevista no planejamento estratégico da empresa para 2025.

Chambriard também revelou que o navio-plataforma Maria Quitéria, que atuará no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, deve iniciar suas atividades ainda neste mês. “A Agência Nacional do Petróleo já deu licença, e o Ibama já autorizou. Agora, falta conectar o Maria Quitéria e colocá-lo em produção”, disse a presidente.

Durante o evento, a diretora-executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, anunciou que a empresa pretende relançar, nas próximas semanas, a licitação para a contratação de duas plataformas para o projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP). As tentativas anteriores não tiveram sucesso. “A nossa ideia é simplificar o SEAP 1 e 2 para facilitar também para os fornecedores e agilizar o processo”, afirmou Sylvia, expressando confiança em conseguir um prazo menor na fabricação devido à similaridade entre as plataformas.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A presidente Magda Chambriard também abordou a produção na Bacia de Campos, mencionando que a Petrobras está “incomodada” com a situação atual. Com um fator de recuperação de apenas 17%, a bacia ainda possui potencial para produzir nos próximos 40 a 50 anos, mesmo sem atingir os picos de produção já registrados. “Estamos voltados para o melhor aproveitamento da Bacia de Campos e das possibilidades que ela nos traz”, ressaltou.

Em relação à exploração de novas áreas, a diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, informou que a ANP suspendeu os prazos para exploração na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial, devido à demora na obtenção de licenças. A Petrobras aguarda um retorno do Ibama sobre um pedido de reconsideração feito no ano passado, após a negativa de uma licença de perfuração. “Fechamos toda e qualquer demanda de não atendimento aos manuais do Ibama… Acredito que teremos retorno ainda este ano”, disse.


Sustentabilidade
Magda Chambriard também anunciou a ambição da Petrobras de antecipar a meta de neutralidade de emissões líquidas de carbono para 2035, ao invés de 2050. A executiva afirmou que a companhia está em negociação com a Vale (BVMF:VALE3) para uma parceria em biocombustíveis. “Não quero prometer quando, mas 2035 não é impossível. É uma ambição”, disse.

A parceria com a Vale pode incluir o fornecimento de diesel R5, que é coprocessado com óleo vegetal, além de combustíveis renováveis para as operações da mineradora. Chambriard destacou que o bunker da Petrobras já pode conter 24% de conteúdo renovável, um fator que favorece a colaboração com a Vale, que busca descarbonizar suas operações.

Novo Plano Estratégico
Sobre o novo plano estratégico da companhia, previsto para ser lançado no final de novembro, Chambriard destacou que ele irá contemplar a transição energética, com investimentos em “moléculas e elétrons”. “Estamos dando uma atenção maior do que no plano anterior para as moléculas, como o gás natural. O Brasil é um dos maiores mercados consumidores de derivados do mundo e não podemos ignorar as potencialidades da transição energética”, afirmou.

Embora a executiva tenha evitado comentar se os investimentos aumentarão, ela enfatizou que o planejamento atual está em linha com os objetivos da companhia. O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, também confirmou que o novo plano incluirá dois hubs de captura e armazenamento de carbono.
Fonte: capitalist