Dólar volta a subir e fecha a R$ 6,053. Bolsa cai 1,15%

Apesar de abrir o pregão em queda e romper o piso de R$ 6 pela primeira vez em mais de um mês, o dólar fechou o pregão de ontem em alta após três dias de queda. A divisa norte-americana chegou a atingir R$ 5,996, às 9h34, no entanto, encerrou o dia cotado a R$ 6,053 para a venda, registrando alta de 0,47%.

 

A virada do câmbio acompanhou o avanço da divisa norte-americana frente às moedas emergentes, especialmente após a sabatina no Senado de Scott Bessent indicado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar o Tesouro norte-americano. Na sabatina, Bessent deu pistas sobre como será o plano de tarifas do novo governo.

"O mercado cambial apresentou uma certa volatilidade, o que já era meio esperado, porque o fechamento da véspera foi muito bom", destacou o economista César Bergo, professor da Universidade de Brasília (UnB). Somente nesta semana, a moeda norte-americana acumula queda de 2,3%.


"É natural, porque ainda persistem as incertezas relativas à política fiscal. Também houve uns vetos do presidente na reforma tributária, e isso acabou gerando algumas incertezas e, na medida em que se aproxima a posse do presidente Trump, é natural que haja esse aumento de volatilidade", disse Bergo.

Segundo o professor da UnB, a tendência é de que o dólar permaneça na faixa de R$ 6 durante alguns dias, "talvez caindo um pouco para próximo de R$ 5,90 só a partir de março".

 

Na contramão do dólar, o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), voltou a cair após três pregões seguidos de alta, acompanhado a queda das bolsas internacionais. O IBovespa recuou 1,51%, ontem, a 121.234 pontos. Na véspera, disparou 2,81%, a maior alta diária desde 5 de maio de 2013, quando o IBovespa registrou valorização de 2,91%, segundo dados da consultoria Elos Ayta.

Em Nova York, o Índice Dow Jones recuou 0,16%, enquanto a Nasdaq, bolsa das empresas de tecnologia, teve queda de 0,89%.

Inflação
André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional, cartão e conta global Remessa Online, afirmou que os juros futuros seguem uma direção semelhante à do pregão de terça-feira, e esse movimento foi influenciado pelos resultados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos. O CPI registrou um aumento de 2,9% em dezembro, conforme as projeções do mercado. "Mas o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia, apresentou resultados inferiores ao esperado por muitos analistas, o que é um dado bastante positivo. Isso indica que os preços, especialmente os mais voláteis, estão sendo impactados pela política monetária implementada pelo Federal Reserve", detalhou.
Fonte: correiobraziliense